Não é de hoje que a Amazônia é alvo de “preocupação” do mundo. Isso desde a 1ª Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo, passando pela Eco-92 até o Acordo de Paris – um Tratado mundial com 195 países signitários – todos tendo um único objetivo, o de reduzir o aquecimento global. E é claro que o a situação ficou mais acirrada com a eleição de Jair Bolsonaro. O estopim aconteceu em dezembro de 2019, quando o então diretor do Instituno Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, fora exonerado do cargo por divulgar dados acerca do desmatamento indiscriminado na Amazônia, sem o conhecimento prévio do Presidente. Galvão acabou sendo eleito cientista do ano, pela Revista Científica Nature. E se não bastasse, a garota sueca Greta Trunberg, ativista ambiental, fora reconhecida pela Revista americana Time, como personalidade do ano (2019), que ao que tudo indica, muito mais pela resposta de Bolsonaro – chamando-a de piralha – por seu ativismo. E ainda teve o caso do ator estadunidense, Leonardo DiCaprio, acusado pelo Presidente de incentivar (pagar) para que se incendiasse a floresta. Como vemos, muita gente lucrou com um suposto zelo com o destino do pulmão do mundo.
Assim, na tarde desta úlima terça-feira, dia 14, o vice-presidente e Coordenador do Conselho da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, por meio de videoconferência, participou de uma audiência no Senado Federal a fim de responder sobre o que de fato está acontecendo e que medidas o Governo tem adotado quanto ao tema. Mourão negou que o quadro seja de tamanho impacto e de terror como tem sido noticiado, afirmando que o governo vai propor orçamento exclusivo para a preservação da Amazônia. Ele lamentou profundamente a falta de recursos para o enfrentamento dos problemas na região, destacando: desmatamento, queimadas, garimpo ilegal e irregularidades fundiárias. Mourão reconheceu que a Operação Brasil Verde 2, iniciada em maio, era para ter sido efetivada antes. Ressaltou ainda que os dados estatísticos divulgados se constituem numa verdadeira falácia que só maculam a imagem do País perante o mundo.
E porque tanta preocupação do mundo com a floresta – pulmão do mundo? A área que ocupa cerca de 40% do território brasileiro, tem a maior biodiversidade do mundo, detendo 30% das espécies do planeta: mais de 30 mil espécies de plantas, quase dois milhões de peixes, 1,3 milhão de aves, 331 de mamíferos, 163 aanfibios, esconde em seu subsolo a maior riqueza mineral do globo e possui a maior bacia aquífera da terra. Além disso, junto com outras florestas tropicais, armazena até 140 bilhões de toneladas métricas de carbono, o que é decisivo para a regulação do clima do planeta. De fato há motivos de sobra para nos preocuparmos, pois a Amazônia é vital para o mundo. Contudo, não esqueçamos que na mais recente Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climática, a COP 25, realizada em 2019, na cidade de Madri, o mercado de carbono foi a pauta principal e motivo de generalizada dissensões. Enquanto a Amazônia agoniza, só se pensa em como auferir lucros dela. Mas, cuidemos, a covid-19 mata pelos pulmões!
ODAILSON DA SILVA
PSICANALISTA
E ESCRITOR
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