Meio-calote

Em matéria de complicações e polêmicas da política partidária, quase tudo é possível. O tema do momento é o lançamento, pelo presidente Bolsonaro, do eleitoreiro programa Renda Cidadã, parte da chamada PEC Emergencial. Sem nenhum despiste, foi criado para sepultar o programa Bolsa Família, igualmente eleitoreiro, do qual se serviram Lula da Silva e Dilma Rousseff. Será condenável qualquer ato contrário que vise socorrer a extrema pobreza em que sobrevivem milhões de brasileiros. O Bolsa Família salvou da morte, pela fome, muita gente e o mesmo poderá ocorrer em relação a todo projeto similar. O problema, adverte o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, continua sendo a fonte de que se servem governantes para financiar tais programas. O caso do Renda Cidadã, embora humanista, as razões alegadas pelo Palácio do Planalto são geradoras de imensa polêmica. Retirar boa parte dos R$ 55 bilhões destinados ao pagamento de precatórios, vai procrastinar a quitação de dívidas atrasadas, causando perdas por se tratar de compromissos reconhecidos pelo governo. Contudo, financiar o Renda Cidadã com recursos do Fundeb é uma grosseira agressão à educação básica, quando o setor ainda festeja o aumento do seu orçamento, há pouco tempo aprovado.

Homenagem justa. Em solenidade realizada ontem, o governador Camilo Santana, e o prefeito Roberto Cláudio, presidiram a inauguração das instalações do Instituto José Frota – 2, confirmando aquele nosocômio como um dos mais importantes do Brasil em traumas e lesões de alta complexidade. O ponto alto foi a denominação de Juraci Magalhães à “Torre 2”, perpetuando a memória do médico-prefeito que deu início às transformações no setor de assistência médico-traumatológica sequenciadas por Roberto Cláudio, também merecedor de honrarias e louvores.

Guerra é guerra. O ex-prefeito Edson Sá, alvo de várias denúncias, distribui certidões negativas conseguidas junto ao TRE e ao TCE, para iniciar a campanha ao seu terceiro mandato. Resta a ele tirar do seu caminho a sombra do também complicado deputado Bruno Gonçalves, afastado pela Justiça, mas ainda forte para influenciar uma terceira via.
Parlamento inútil. Como a Assembleia Legislativa não terá recesso no decorrer da campanha eleitoral e com o presidente José Sarto Nogueira totalmente dedicado à disputa da Prefeitura da Capital, deputados que pretendem continuar trabalhando apelam por providencias à mesa diretora, para o parlamento não se tornar, como é visto pelo povo, algo totalmente inútil.
Parlamento inútil II. Nada a estranhar. O povão não vê o parlamento estadual como templo sagrado da democracia. Por obra e graça de maus políticos, ele é visto como algo para legitimar ações governamentais de interesses de deputados que sustentam a governabilidade, trocando a defesa do povo por benesses pessoais e gordos penduricalhos.
Sistema injusto. Em seu início de campanha à PMF, o deputado Renato Roseno, do Psol, está verberando contra a divisão do tempo de propaganda eleitoral, que deveria ser equânime, em vez de privilegiar candidaturas nem sempre meritórias em prejuízo de outras de qualidade. A observação é procedente. Ele está certíssimo.
Rezando muito. Um dos aspectos curiosos da eleição deste ano tem a ver com os 12 suplentes de deputado estaduais e seis federais, que rezam muito pela eleição dos titulares que disputam prefeituras, na Capital e Interior. Se fossem todos eleitos, seria uma grande festa.
União esquisita. No Brasil, a conhecida a rivalidade entre políticos de esquerda e os evangélicos, chamados pelos últimos de comunistas ateus, é feroz. Assediados pelos evangélicos, para apoiar o perdão de dívidas de milhões de reais das suas igrejas, os comedores de criancinhas passaram a ser chamados de “tutti buona gente”.

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By Samanta Abdala

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