À medida que se aproximam as etapas finais que antecedem o período da campanha eleitoral para as eleições municipais deste ano, os partidos dão novos passos na direção de definições concretas para o pleito em Fortaleza, incluindo nomes de pré-candidatos. Esse processo ocorre em meio a um cenário de adiamento da data das eleições – e o consequente adiamento também de outras datas do calendário eleitoral, como o prazo para as convenções partidárias.
Na última sexta-feira (17), o PDT anunciou os cinco nomes que compõem o universo de possíveis candidatos a disputarem pelo partido a eleição deste ano. Eles são José Sarto, atual presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece); Samuel Dias, que atuou até recentemente como secretário de Governo da Prefeitura de Fortaleza e secretário municipal da Infraestrutura; Ferruccio Feitosa, que foi licenciado do comando da Secretaria Regional II Salmito Filho, que presidiu a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) na legislatura passada e hoje é deputado estadual; e Idilvan Alencar, hoje deputado federal e ex-secretário estadual da Educação.
Também neste fim de semana, o Psol definiu o candidato que disputará o pleito pela legenda, o deputado estadual Renato Roseno. Ele, que já participou da disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2012, foi escolhido entre duas opções surgidas dentro da legenda, com a outra sendo a professora e militante transfeminista Helena Vieira, com 18 dos 26 integrantes do diretório cearense do Psol tendo votado nele – sete outras pessoas se abstiveram e uma esteve ausente, sem votos à outra pré-candidata.
No plano eleitoral, o Psol ocupa um espaço de oposição à esquerda à atual gestão do município e ao grupo político dos Ferreira Gomes como um todo, espaço que dividem, por exemplo, com o PT no atual momento. Roseno, no entanto, descarta essa semelhança entre as duas legendas no cenário local, uma vez que integra o PT o governador Camilo Santana, endossado por Cid e Ciro.
Duas semanas atrás, o próprio PT também havia oficializado internamente sua candidatura para a disputa eleitoral na capital cearense, lançando a ex-prefeita Luizianne Lins, como já era sinalizado meses atrás. No caso do PT, foi travada uma tentativa de negociação para uma atuação conjunta com o PDT dos Ferreira Gomes, de modo a juntar forças contra o pré-candidato que é hoje possivelmente o que tem mais peso entre o eleitorado, Capitão Wagner (Pros). Esse processo, no entanto, esbarrou na dinâmica que os partidos vivem nacionalmente desde as eleições majoritárias de 2018, principalmente na postura de crítica dura de Ciro ao PT. Luizianne chegou a falar, após a escolha do partido, que é difícil “fazer uma frente com quem fica xingando a gente, que chama petista de babaca”, em referência à célebre cena de Cid no palanque de Fernando Haddad em 2018 – e, de modo indireto, a falas ainda mais ásperas vindas de Ciro.
Wagner é, já desde a derrota nas últimas eleições municipais, o nome tido como mais garantido para disputar a eleição de 2020 em Fortaleza. Hoje com cargo na Câmara dos Deputados, ele foi o deputado federal mais votado do Ceará nas eleições de 2018. Já desde o ano passado ele desempenha movimentações para atrair partidos a seu nome na disputa, já tendo angariado o apoio do Podemos (com a ida de seu aliado e ex-correligionário senador Eduardo Girão para a legenda), do PSC, do Avante e do Republicanos. A próxima grande missão da candidatura é o PSDB, que ainda poderá lançar um nome próprio para a disputa, com o nome do ex-deputado Carlos Matos circulando já há meses como mais provável escolha.
Outro parlamentar bem votado na última eleição majoritária que também tem pretensão de se candidatar à Prefeitura é o deputado federal Célio Studart (PV), que foi eleito para a Câmara com o segundo maior número de sufrágios, atrás apenas de Wagner. Conhecido por defender principalmente a causa animal, o parlamentar teve uma ascensão relâmpago na vida política, elegendo-se vereador de Fortaleza com votação expressiva em 2016 e, dois anos depois, chegando ao cargo de deputado federal também com folga.
Além desses, também já anunciaram pré-candidatos o Solidariedade (em mais uma eleição municipal a ser disputada pelo deputado Heitor Férrer), o PCdoB (que anunciou o nome de Anízio Melo, professor representante do movimento sindical), o PSTU (que lançou Zé Batista, também sindicalista) e o Unidade Popular (o mais novo partido brasileiro, que aposta na pedagoga Paula Colares).
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