Após seis meses de atendimento presencial suspenso, o primeiro dia de reabertura das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) causou filas e deixou muita gente sem atendimento. No Ceará, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece) reclamou do retorno das atividades.
O dia foi de filas nas agências do Centro, Parquelândia, Messejana, Aldeota e Água Fria, em Fortaleza. Em Caucaia e outros 15 municípios, as agências também retornaram os atendimentos. A movimentação deu-se por conta da suspensão dos serviços de perícia médica. Muita gente já havia agendado, mas só descobriu que não seria atendido quando chegou nas unidades.
A suspensão ocorreu após anúncio da Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP), que alegou falta de segurança e adequações das salas para os atendimentos presenciais. De acordo com o INSS, a Perícia Médica Federal, ligada à Secretária Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
“A partir desta segunda-feira (14), as inspeções nas agências serão feitas em conjunto, entre o INSS e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Comprovando-se a adequação dos consultórios, a perícia retomará o atendimento nessas unidades”, informou, em nota, o INSS. Mesmo sem data prevista para a retomada da perícia médica, o órgão recomendou aos segurados remarcarem o atendimento pelo Meu INSS e telefone 135.
Os peritos médicos já haviam anunciado que não voltariam ao trabalho e, mesmo assim, houve a confirmação, pelo próprio INSS, de que perícias seriam feitas. O presidente do INSS, Leonardo Rolim, pediu desculpas. “Aproveito para pedir desculpas àquelas pessoas que foram até as agências e que não conseguiram ter atendimento a tempo”, disse.
Leonardo Rolim, pediu, ainda, paciência aos segurados que foram até as agências, na última segunda-feira (14), e não conseguiram atendimento. “As pessoas precisam ter um pouco de paciência”, disse, em entrevista à Globo News.
Agendamentos
O INSS já havia informado que, nesta primeira etapa da retomada, as agências atenderiam apenas segurados agendados, não sendo possível o atendimento espontâneo. A prioridade, no momento, é para atendimento em avaliação social, cumprimento de exigência, justificação administrativa e reabilitação profissional.
Em todo o Brasil, 600 agências retomaram o atendimento, com horário reduzido, de 7 horas às 13 horas.
Segurança
Em Fortaleza, o Sinprece alegou que, antes da reabertura, não foi feito vistoria dos protocolos de higiene e não foi disponibilizado equipamentos de proteção individual (EPI’s) suficiente, colocando os funcionários em risco de infecção pelo novo coronavírus. A diretora da secretaria de administração e finanças do Sinprece, Rachel Ribeiro, informou que os trabalhadores que retornaram foram os mesmos que cumpriam atendimento remotamente e que, segundo ela, não resolverão o problema das perícias médicas.
O INSS havia determinado que seria obrigatório o uso de máscaras e aferição da temperatura corporal para acessar as agências. Também segundo o órgão, as agências deveriam fornecer álcool em gel, máscaras e luvas para os funcionários e instalar barreiras de acrílico nas mesas de atendimento.
São Paulo
Em São Paulo, a reabertura foi cancelada após decisão da Justiça, na noite do último domingo (13), determinando o instituto manter as portas fechadas. O INSS alega que avisou os beneficiários com agendamento por meio de SMS, e-mail e pelo portal Meu INSS sobre a não reabertura, mas o aviso não surtiu o efeito esperado, muitos não viram o recado e outros podem estar com o cadastro desatualizado. Com isso, houve filas nas agências e muitos voltaram para casa sem atendimento.
A decisão de não retomar o atendimento presencial vale apenas para São Paulo. Para que as agências da Previdência voltem a funcionar em SP, no entanto, é preciso liberação judicial. O presidente do INSS, Leonardo Rolim, afirma que o instituto já recorreu da decisão. “Nós já recorremos, deixando claro que INSS é uma atividade essencial, que nós temos obrigação de atender as pessoas.” Rolim diz que o protocolo sanitário adotado é seguro. “Já estamos mostrando ao Poder Judiciário que nosso protocolo é rígido, portanto a segurando dos segurados e dos servidores do INSS está garantida.”
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