O presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, Roberto Jefferson, em recado desaforado, anulou a convenção da cidade de Viçosa do Ceará, que oficializou o lançamento do ex-prefeito Divaldo Soares, do PDT, para a disputa de novo mandato, na coligação PDT, Psol, PSB, PT, PCdoB e PTB. A notícia teria repercussão apenas municipal, se a desmoralização de uma convenção partidária não tivesse a participação de Roberto Jefferson, um dos maiores cafajestes da política brasileira. Acusado de todas as iniquidades políticas e administrativas, e cassado como deputado federal, é sob o seu comando que se acha o PTB, criado em 1945, por Getúlio Vargas, estadista chamado de “O Pai dos Trabalhadores”. A arrogância do pilantra Jefferson não se limita a Viçosa, mas a todos os municípios do País, sob a alegação de que não é permitido ao PTB alianças com partidos de esquerda. Diante do desbragado cinismo, voltam-se as atenções no Ceará para o caso de Juazeiro do Norte, onde o prefeito e ex-deputado federal Arnon Bezerra, do PTB, e o seu filho, Pedro Bezerra, fazem aliança com partidos esquerdistas rejeitados por Jefferson, cuja atuação conspurca o trabalhismo sonhado por Vargas.
Lula fora de cena. Surpreendeu e traz alívio aos navegantes a informação de que o ex-presidente Lula teria confirmado a sua disposição de deixar a política, pelo menos em termos de uma nova candidatura à Presidência da República. Esse anúncio abiu chances para as executivas de partidos com dificuldade de aliarem-se ao PT, como é o caso do PDT no Ceará, que cogita unir-se ao partido da estrela vermelha para concorrer à sucessão em Fortaleza.
Wagner candidato. Apoiado por uma aliança liderada pelo Pros e composta por PSC, Podemos, PTC, Avante, OMN, DC e PMB, o deputado Capitão Wagner teve sua candidatura à Prefeitura de Fortaleza homologada em convenção ontem. Sem conseguir fechar a chapa com o PSDB ou MDB, como tentou, terá ao seu lado a advogada Camila Cardoso, pouco conhecida na vida pública, mas muito presente nas redes sociais.
Fim da linha. A convenção do Pros encerrou de vez os entendimentos com Chiquinho Feitosa, do DEM, que queria emplacar na vice o advogado Caio Asfor, e com o senador Tasso Jereissati, que não quis salvar do constrangimento o ex-deputado Carlos Matos, sugerido pelo Capitão para vice.
Estragos no tucanato. Apesar de não ter conseguido uma aliança que lhe daria o vice do PSDB, a quem não mais se dirigiu, o Capitão Wagner fragilizou os tucanos, atraindo para apoiá-lo os deputados Roberto Pessoa e Danilo Forte, a deputada Fernanda Pessoa e o ex-governador Lúcio Alcântara, nome emblemático para dar a Wagner um salto qualitativo.
Novos rumos. Encerrado o episódio que afastou o PSDB da campanha do Capitão Wagner, não se sabe qual será o destino do senador Tasso Jereissati. Poderá ficar sob os escombros, com o seu fiel escudeiro Luís Pontes, ou migrará para outro partido que não o PDT.
Briga pedetista. Em razão do seu crescimento na CMFor, o PDT, com 16 vereadores, deverá enfrentar problemas internos, por conta da briga por vagas entre os 16 edis que tentarão a reeleição, e um forte bloco de seis novos candidatos da pública preferência do Paço Municipal, entre eles, Mosiah Torgan.
Patriotada. Para o deputado Fernando Hugo (PP), não deixa de ser hilária a atitude do presidente Bolsonaro que, diante da subida dos preços de produtos da cesta básica popular, pede patriotismo aos donos de supermercados, mesmo que eles não contem com patriotismo dos fornecedores.
“Não é desejável a situação de uma cidade onde em vez de atos de grandeza pela sociedade, candidatos a vereador perseguem a eleição através do clientelismo”. Ex-deputado Antônio dos Santos.
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