Família fala da alegria, amor e dor pela perda de Tadeu Sátiro

Antônio Tadeu Sátiro de Oliveira, 64, faleceu no dia 04 de julho, por complicações da Covid-19. Era um homem saudável, alegre, cheio de vitalidade. Mas a infecção o atingiu gravemente. Nossa reportagem esta semana visitou a família para saber mais dos momentos de alegria, amor e também a dor pela perda do patriarca.

Ao lado da esposa dona Vanderez Alexandre, foram mais de trinta anos de casados, resultando na geração de três filhos: os gêmeos Alan e Alex, 29, e João Arle Sátiro, 28, “os meninos do Tadeu”, como assim são conhecidos. Para completar a família, tem ainda o netinho Tadeuzinho, 05, como era chamado pelo avô.

Na casa da família, no bairro Alto do Jucá, a saudade e a lembrança do patriarca estão estampadas em todos os locais. Logo na entrada, próximo ao jardim, a enxada ficou encostada, instrumento que costumava levar para o sítio. “Ele tinha outras lá, e sempre deixou enxada, outros instrumentos por aqui em casa. Meu pai sempre foi ligado à vida rural, nasceu e se criou na roça. Veio morar na cidade, mas nunca esqueceu suas origens porque todo final de semana, feriado longo e sempre que podia ia para o sítio. Plantava, cuidava dos bichos, lá gostava de andar a cavalo. A gente ia junto. Ele nunca deixou de lado suas raízes e passava isso pra gente”, destacou Alex Sátiro, acadêmico de Direito.

Legado

Tadeu Sátiro, além do amor pela agricultora, aprendeu também a cortar cabelos. Nos últimos sete anos manteve no centro da cidade o pequeno salão de beleza, que funcionava na Avenida Agenor Araújo. O local agora está fechado. Em meios às boas recordações, Alan relembra também amor do pai pelo Palmeiras. “Era o time do coração, quando tinha jogo e se o Palmeiras perdesse, ele ficava triste e emburrado. Mas quando o time ganhava, era só felicidade”, contou.

 “Outra paixão também era a moto vermelha, ano 1994, Honda CG Today. Era outro xodó, ele nunca deixou de andar nela. Mas depois que ele adoeceu, não tiramos mais ela da garagem. Era com ela que costuma ir para sítio com a gente”, recordou emocionado João Arle.

Fatal

Na família, todos foram contaminados com o novo coronavírus, Alex foi o primeiro a ser contaminado. Sentiu de perto o sofrimento do pai. “Fiquei em quarentena assim que soube que tinha contraído o vírus. Mas aqui em casa, todos nós pegamos. Mas no papai foi mais severo. Inicialmente, ele até se sentiu bem, mas depois os sintomas se agravaram. Tendo até que ser entubado na UTI. Ela tinha saúde, mas a doença o derrubou, foi se agravando e atingiu os órgãos vitais. Foi fatal”, relembrou, contando os momentos que esteve com o pai antes do falecimento.

Apesar de tanta dor, a família agora tenta conforto, no exemplo de pai, marido, avô e amigo que foi Tadeu. “Aqui fica o meu apelo. Você que está na sua casa, você que não contraiu e se Deus quiser não vai contrair esse vírus, faça a tua parte. Usa a máscara, saia somente se for realmente preciso. A gente nunca esperava esse resultado, que a gente está tendo. A gente esperava falar da recuperação do meu pai. Ele estar aqui dando seu próprio depoimento. A gente queria chamar atenção das pessoas. Mais isolamento, menos vírus”, apelou Alex.

A família, contando da mãe, os três filhos e neto, ingressaram na lista das mais de 1.449 pessoas recuperadas da doença em Iguatu, correspondendo a 86%. Iguatu tem pouco mais de 100 mil habitantes, 9.462 pessoas já foram testadas para Covid-19, desse total, 6.469 foram descartadas, 1.683 confirmadas, e infelizmente 41 vidas interrompidas pela doença. O último registro de óbito foi dia terça-feira, 21, uma pessoa idosa de 81 anos, sexo feminino, moradora da Zona Urbana de Iguatu.

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By Samanta Abdala

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