Com reforma paralisada e sem previsão de retorno, o muro de vidro que separa a raia olímpica da USP e a marginal Pinheiros teve aumento da sua degradação nos últimos meses. Em dezembro havia 10 vidros quebrados, e na terça (14) a reportagem contabilizou 22 placas danificadas.
Em nota, a USP afirmou que a obra está paralisada no momento em função da pandemia e será retomada assim que possível, sem especificar nenhuma data, nem que será responsável pela execução.
O muro de mais de 2km é um projeto idealizado em parceria firmada sem contrato entre a universidade, a gestão do ex-prefeito e atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e pelo menos 44 empresas.
A assessoria do gabinete do governador disse que os projetos iniciados enquanto ele ainda era prefeito de São Paulo passaram naturalmente para a responsabilidade do vice-prefeito Bruno Covas (PSDB), que assumiu o cargo de titular.
m nota, a Prefeitura afirmou que “a obra não é de responsabilidade do município” e que “foi viabilizada por meio de parcerias com a iniciativa privada, após entendimento entre a Prefeitura e a Universidade de São Paulo”. Mesmo assim, o município se coloca à disposição para prestar apoio técnico caso a USP julgue necessário.
o escopo do projeto estava previsto a instalação de 1.222 placas de vidro e o armazenamento de 120 peças para reparos. Cada placa custa R$ 4.000. Todo o material foi doado por empresas, representadas pela Afeal (Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio).
Inaugurado em abril de 2018, o local já teve diversas peças de vidro quebradas ou trincadas. Após as empresas levantarem a hipótese de que o muro foi alvo de atos de vandalismo, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que uma investigação da Polícia Civil não apontou indícios que comprovem a suspeita.
“Os casos de dano relacionados aos painéis de vidro da Raia Olímpica foram investigados por meio de inquérito policial instaurado pelo 93º Distrito Policial (Jaguaré). Os laudos periciais foram inconclusivos, não apontando indícios de autoria”, disse a secretaria por meio de nota enviada à reportagem.
Em abril de 2019, reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que houve falhas na instalação que levaram a quebras recorrentes das placas, conforme laudos da Polícia Civil.
A falta de uma peça de borracha usada para calçar as placas de vidro e evitar o contato direto com a esquadria de alumínio, o que aumenta as chances de quebra, foi detectada pela polícia a partir de análises de peças que se quebraram desde a inauguração do muro.
A Afeal afirma que seguiu “corretamente todas as normas e procedimentos para esquadrias, tanto no projeto, quanto na instalação dos muros” e que “os peritos e consultores em esquadria que fizeram análises não constataram nenhum problema.”
Segundo a associação, a manutenção do muro após o término da construção não foi feita por empresas por empresas representadas pela instituição e que, por isso, não poderia responder sobre a situação atual.
Orçada em R$ 15 milhões e custeado por empresas privadas, segundo afirmou o então prefeito João Doria na inauguração do projeto, a reforma do muro deverá ser custeada agora pela Prefeitura.
Fonte: Folhapress
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