Bombeiros interditam empresa de refrigerantes após explosão em Fortaleza; documentação estava incompleta


Devido à explosão, um cilindro de CO2 foi arremessado, provocando estragos em casas e veículos, ferindo ainda uma pessoa. A área foi isolada. A empresa, localizada no Bairro Vila União, em Fortaleza, foi interditada após registro da forte explosão
Natinho Rodrigues/SVM
O Corpo de Bombeiros interditou a fábrica de refrigerantes da empresa Mais Sabor, que explodiu na madrugada desta sexta-feira (17), no Bairro Vila União, em Fortaleza. Na ocasião, um cilindro de CO2 explodiu e foi arremessada por um quarteirão atingindo pelo menos quatro imóveis e dois veículos, segundo a Defesa Civil. Uma pessoa ficou ferida e árvores do entorno foram ao chão com o forte impacto. (veja as imagens abaixo)
O G1 tentou entrar em contato com um representante da empresa, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.
De acordo com o subcomandante do Comando de Engenharia e Prevenção de Incêndios do Corpo de Bombeiros, coronel Wagner Maia, o estabelecimento tem certificado de aprovação do projeto, porém, estava operando sem ter dado entrada no pedido final de vistoria. “O código de segurança contra incêndio diz que toda edificação para funcionar precisa dessa vistoria dos bombeiros”, ressalta o coronel. “A partir de agora, [a empresa] está interditada, até porque não tem condições de operar, e o sistema de segurança contra incêndio tem que ser revisto, além da parte estrutural também”, complementa.
O coronel informa ainda que o proprietário da empresa foi chamado para comparecer no quartel da corporação para esclarecer o que aconteceu e explicar os problemas registrados com a documentação. “A gente vai ouvir a empresa e verificar o que aconteceu, e tomar as medidas de acordo com o que a gente identificar que está acontecendo. A gente solicitou o responsável a dizer o por que de uma empresa desse porte estar funcionando e não ter a vistoria final do Corpo de Bombeiros”.
Explosão em fábrica de refrigerantes assusta moradores de bairro em Fortaleza
Vizinhos afirmaram que ouviram um barulho muito alto durante a madrugada, acompanhado de clarões em tom esverdeado.
Uma pessoa que trabalha no estabelecimento sofreu um ferimento na testa e sentiu dores na região do quadril, mas foi levada para o Instituto Doutor José Frota (IJF), conforme os bombeiros. O funcionário era o único que estava próximo ao local da explosão, que ocorreu por volta das 2h30, segundo relatos dos moradores.
Forte impacto da explosão na fábrica arremessou destroços para todos os lados e derrubou árvores
Natinho Rodrigues/SVM
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e isolaram a área. Os agentes seguem no local realizando os trabalhos de isolamento e retiradas dos escombros.
“O cilindro de CO2 foi arremessado da empresa por mais de um quarteirão de distância. Ninguém acredita porque o cilindro rompeu, explodiu, foi pro ar e foi projetado um quarteirão depois. E passou por cima de um prédio de quatro andares”, detalha o tenente-coronel Cláudio Barreto, superior de operações do Corpo de Bombeiros.
A explosão ainda provocou danos à fiação elétrica da região, interrompendo o fornecimento de energia em ruas próximas ao local do incidente. Por isso, a Enel foi acionada.
Cilindro foi arremessado para outra rua e caiu em frente a outra fábrica, atingindo um caminhão
Halisson Ferreira/SVM
Quatro imóveis atingidos
A Defesa Civil também foi ao local. Agente do órgão em Fortaleza, Evaldo Fernandes informa que, além da fábrica, outros quatro imóveis foram mais impactados pela explosão. A equipe já está no local fazendo a avaliação do prejuízo.
“Aqui, além da fábrica onde houve a explosão do cilindro, quatro casas também foram atingidas, sendo que uma fica no outro quarteirão. Depois que o cilindro explodiu, voou e caiu em uma fábrica de confecção. Atingiu também parte da casa ao lado e duas casas aqui na (Rua) Almirante Rufino. Na fábrica teve danos na entrada, mais um caminhão que servia a empresa. E na casa vizinha, parte da coluna que segura a laje está danificada”.
Os moradores que se sentirem prejudicados devem procurem inicialmente os proprietários da fábrica, orienta o agente. “Primeiro, a gente espera que a empresa causadora do estrago faça o acordo. Se não, a Defesa Civil vai e notifica para que ela faça a reparação dos danos. Por enquanto, estamos fazendo a avaliação dos riscos pra depois falar com os proprietários [da fábrica]”.
Pedro Henrique mora em uma das quatro residências mais prejudicadas pela explosão. A casa fica vizinha à fábrica. O impacto, segundo ele, foi tão forte que abriu um buraco no forro da casa. Recém-operada e assustada com a explosão, a mãe de Pedro chegou a passar mal e foi levada ao hospital, mas recebeu alta ao longo da manhã de hoje.
“Até eu que sou mais tranquilo fiquei nervoso. Em resumo, é um prejuízo muito grande, tem que chamar a perícia porque talvez a [estrutura da] casa esteja toda comprometida. O telhado afundou, tudo queimou. É uma experiência que jamais quero ter de novo”.
Fabrica atingida por explosão em Fortaleza
Natinho Rodrigues/SVM
Carro avariado pela explosão
Um automóvel guiado por um motorista de aplicativo também foi atingido pelo forte impacto da explosão.
“Eu ia pegar uma corrida aqui quando escutei o estrondo, caindo tudo por cima de mim bem na hora em que eu ia passando. Eu imaginei que um avião tinha caído, depois de ter batido no prédio. Graças a Deus só o carro saiu quebrado; eu saí bem”, afirma José de Fátima, motorista de aplicativo há um ano.
“Eu não tenho seguro [do carro] e o prejuízo foi grande, mas ainda bem que o pior não aconteceu”, diz, aliviado.
Cilindro explodiu em Fortaleza
Halisson Ferreira/SVM

By Samanta Abdala

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