Vereador partiu para cima do homem em setembro, como mostram imagens obtidas pela GloboNews. Conselho tinha arquivado o caso com base em versão que é contestada pelo MP.
Depois da divulgação de detalhes das agressões do vereador e vice-presidente de futebol do Flamengo Marcos Braz a um torcedor do Flamengo em um shopping em setembro, o Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio informou que vai se reunir para reavaliar o caso.
Imagens inéditas exibidas pela Globonews nesta terça-feira (30) mostraram que Braz partiu pra cima do entregador Leandro Campos e até chutou a cabeça dele. O caso ocorreu em horário de expediente na Câmara.
Para o Ministério Público, as imagens desmontam a versão apresentada por Marcos Braz em uma entrevista coletiva, já que a filha dele não presenciou a confusão como ele havia dito – o torcedor chega na loja quando a adolescente já tinha saído.
Outra dupla de torcedores já tinha deixado o local. Na entrevista coletiva, Braz disse que foi ameaçado de morte ao lado da filha.
O Conselho de Ética da Câmara tinha arquivado o caso com base nesta versão, que está sendo contestada pelo Ministério Público.
O vereador e dirigente do Flamengo nem precisou prestar depoimento pra se livrar de qualquer processo disciplinar na câmara.
A ata da reunão do conselho de ética diz que Marcos Braz apresentou apenas um ofício com inteiro teor das declarações apresentadas na imprensa e que, após análise das declarações públicas concedidas pelo vereador, foi deliberado, por unanimidade que, até aquele momento, não havia indícios de quebra de decoro, nem de comportamento antiético no exercício do cargo.
O conselho de ética concluiu que poderia reavaliar a necessidade de tomar novas ações, diante de fatos novos ou informações adicionais que justifiquem uma nova análise do caso.
O que diz a defesa de Braz
O advogado de Marcos Braz argumenta que o torcedor sai do campo de visão de Braz e logo na sequência aconteceu a chegada de Leandro e que antes das agressões do dirigente ao torcedor ele vinha sendo perseguido por integrantes de uma torcida organizada.
No momento da confusão acontecia uma votação na Câmara Municipal do Rio. O painel da casa chegou a registrar a presença do vereador, mas como estava a 30 quilômetros de distância do trabalho e não participou das votações, Braz levou falta e teve um desconto de R$ 567 no salário de outubro.
A direção do Flamengo não se manifestou sobre as novas imagens.
A presidente do Conselho de Ética da Câmara Municipal, vereadora Rosa Fernandes, disse que vai marcar uma nova reunião para discutir com o colegiado os fatos novos que surgiram.
A vice-presidente, Teresa Bergher, vai solicitar que o se conselho reúna novamente para avaliar a conduta de Marcos Braz.