Recuperação de barragem em Jati, no Ceará, é concluída; perícia sobre rompimento em tubulação começa na terça-feira


Obras foram finalizadas em 10 dias, seguindo a previsão inicial do Ministério do Desenvolvimento Regional. Turistas flagram jato d’água surgindo em duto da barragem de jati
O ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho, informou, na manhã desta segunda-feira (31), por meio das redes sociais, que a recuperação do talude da barragem de Jati, no Ceará, foi concluída. O reservatório, que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), sofreu um dano na sua estrutura após a ruptura de uma tubulação no dia 21 deste mês.
Nesta terça-feira (1º), começará a perícia que vai apurar o causou o rompimento. O relatório com o resultado deve ficar pronto em até 21 dias. Para a investigação, foi contratada uma empresa independente. A obra foi concluída em 2018, entregue pelo grupo Serveng. O rompimento ocorreu um dia após a inauguração, que contou com a presença do ministro Marinho.
O incidente causou a remoção de 2 mil pessoas de áreas sob risco o reservatório. A situação causou tumulto e, no dia seguinte ao episódio, uma comitiva com o próprio Rogério Marinho e o governador Camilo Santana (PT) visitou a cidade. As famílias retornaram após 72 horas do rompimento do conduto.
Os técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) estão monitorando, diariamente, a barragem e atestam a segurança. A obra de recuperação durou dez dias, conforme previsão inicial. Ao todo, foram aproximadamente 100 máquinas e cerca de 200 trabalhadores envolvidos nas intervenções, que se revezaram em três turnos para cumprir o prazo.
Já as reestruturações do conduto que rompeu e demais obras afetadas como a casa de força ainda está sendo avaliado, segundo o MDR. A retomada do transporte das águas pelo Eixo Norte segue sem previsão, enquanto os testes para o Cinturão das Águas do Ceará não foram afetados.
Obras de reparo em barragem de Jati, no Ceará
Edson Freitas
Sem indícios de ação criminosa
Segundo o representante do Ministério do Desenvolvimento Regional, engenheiro Tiago Portela, não foi encontrado nenhum indício de ação criminosa.
“A gente sabe que o rompimento foi uma onda de pressão muito grande, agora o que provocou esse “golpe”. Vamos tentar uma empresa mais isenta possível, para não vir com vícios, e a gente saber exatamente o que ocorreu. Sabendo as causas (do rompimento), vamos buscar responsabilização e reparo dos danos à administração. Ela não pode ficar no prejuízo”, disse, entrevista ao G1.
Estrutura próxima à barragem de Jati, no Ceará, foi estourada após abertura de comporta
Arquivo pessoal
O rompimento da tubulação gerou uma tromba d’água com uma vazão até dez vezes superior ao liberado pela válvula. O estrago provocado na estrutura próxima à parede da barragem provocou enxurrada de lama e pedras que arrastou postes, gerador de energia, cabos de alta tensão, casa de vigilância, casa de válvula e até uma camionete de uma das empresas de engenharia contratadas. Funcionários conseguiram fugir em três carros.
Assistência às famílias
As 2 mil famílias evacuadas começaram a voltar para casa na quarta-feira (26), poucos dias após o incidente. Apesar de o retorno ter sido autorizado pela Defesa Civil e pelo MDR, que atestou a segurança da barragem, muitos moradores relataram medo de continuar vivendo na região.
Foi autorizado o repasse de R$ 100,6 mil para assistência às famílias. A medida foi realizada por procedimento sumário – quando a ocorrência, pública e notória, é considerada de grande intensidade. Nestes casos, para agilizar o atendimento à população, a Defesa Civil Nacional antecipa os trâmites e publica a decisão antes mesmo que as solicitações do município ou do estado sejam oficializadas.
Famílias retornam para as casas no entorno da barragem de Jati, no interior do Ceará.
Kid Junior/SVM
Infográfico mostra o local de rompimento da tubulação no Ceará
Guilherme Luiz/ Arte G1

By Acontece Ceará

Veja Também!