A empresa de consultoria e auditoria PwC iniciou um processo de demissões em seus escritórios no Brasil. Na rede social de relacionamentos profissionais Linkedin, são diversos os relatos de desligamentos de funcionários em vários setores da companhia, alguns com mais de 20 anos de casa.
No início da pandemia, a PwC foi uma das empresas que aderiu ao movimento Não Demita. O compromisso de não fazer desligamentos, anunciado no fim de março, valia por 60 dias.
Sites que acompanham o mercado contábil e a movimentação nas empresas conhecidas como big four (as quatro gigantes, em tradução livre), que são, além da PwC, a Deloitte, a Ernst & Young e a KPMG, também estão anunciado os cortes no Brasil.
Segundo Going Concern, especializado na cobertura do setor, seriam 600 demissões. Uma consultora relatou, em publicação de despedida numa rede social, ser uma “dos estimados 600”.
Antes da crise, a empesa anunciava ter cerca de 5 mil funcionários no Brasil.
A PwC não comenta o número de demissões. Em nota à reportagem, diz que, no início da pandemia tomou medidas que deram aos funcionários a garantia de que não haveria demissão em massa. Em seguida, porém, diagnosticou que a profundidade e duração da crise, bem como de seus reflexos econômicos e sociais, seriam mais impactantes do que se esperava no início.
“Uma profunda avaliação desses impactos”, diz a PwC, “nos levou a uma revisão de nossas estruturas e das capacitações necessárias para fazer frente a essas novas demandas, em especial àquelas relacionadas às nossas práticas de consultoria em geral.”
Essa constatação, diz a empresa, resultou na inevitável redução no número de profissionais em algumas áreas, além de remanejamento de pessoas. A PwC afirma que houve também contratação para alguns setores.
Antes da PwC, o Santander Brasil , que também fazia parte do Não Demita, fez cortes. Segundo levantamento dos sindicatos de bancários, 433 já foram desligados e o banco ainda está em processo de ajuste, tendo feito uma média de 20 desligamentos por dia útil entre os dias 5 de julho e 3 de julho.
O movimento Não Demita foi articulado pelo presidente do conselho de administração da Ânima Educação, Daniel Castanho. No início de abril, o grupo recebeu a adesão de cerca de 4.000 empresas que assinaram um manifesto se comprometendo a preservar empregos em meio à crise do coronavírus.
O site do movimento continua no ar. O manifesto fala em criar “uma rede inspiradora de empresas movidas pela missão de apoiar a sociedade durante um dos períodos mais desafiadores das últimas décadas.”
O compromisso previa um período inicial contemplando os meses de abril e maio. Passado esse período, o movimento deu início ao projeto Brasil que Sonha, de mentoria a pequenos empreendedores.
Segundo o Não Demita, no período em que o compromisso estava valendo, 2 milhões de empregos teriam sido preservados.
Fonte: Folhapress
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