O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (14) que, em 2021, proibirá que os operadores de telecomunicações adquiram tecnologia 5G da Huawei, para garantir a segurança após as sanções aplicadas pelos Estados Unidos à companhia chinesa. Em uma audiência na Câmara dos Comuns, o ministro de Cultura, Digital, Esportes e Meio de Comunicação, Oliver Dowden, disse que toda a infraestrutura aportada pela Huawei será eliminada do território britânico até 2027. O integrante do governo comunicou a medida após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional – formado por alguns ministros e pelo advogado do Estado -, que anulou outra decisão de janeiro que autorizava a Huawei a ter acesso à partes não estratégicas da rede 5G, ao considerar que poderia ser um risco.
Dowden explicou hoje que as circunstâncias mudaram e o Conselho levou em consideração a sanção imposta pelos Estados Unidos, em meio a guerra comercial com a China, de restringir a venda de chips de fabricação americana ao país asiático, o que colocaria em risco a cadeia de distribuição. De acordo com o ministro, as medidas adotadas pelos EUA “limitam a capacidade da Huawei de produzir produtos importantes”, o que criaria incerteza quanto ao fornecimento. Segundo o titular da pasta, o Reino Unido não tem confiança para poder garantir a segurança de um futuro equipamento 5G da Huawei. “Para sermos claros, a partir do fim deste ano, os operadores de telecomunicações não devem comprar nenhum equipamento de 5G da Huawei. Quando for aprovada a lei de segurança nas comunicações, será ilegal fazer isso”, afirmou Dowden.
Ele explicou que a exclusão da companhia chinesa do processo atrasará de 2 a 3 anos o desenvolvimento da rede de alta velocidade no país, além disso, aumentará o custo em cerca de 2 bilhões de libras (R$ 13.5 bilhões). Nos últimos dias, alguns dos principais operadores britânicos, entre eles, a Vodafone e a BT, advertiram que a eliminação dos equipamentos da Huawei das redes britânicas teria alto custo e poderia resultar em cortes de sinal. O governo do Reino Unido, no entanto, decidiu avançar com a ideia, após pressão dos EUA, que sustenta que a companhia tem relação com espionagem e sabotagem feita pela China, o que regime de Pequim nega.
*Com EFE