O monitoramento percorrerá escolas dos 44 municípios da Região de Saúde de Fortaleza. Escola de Maracanaú é a primeira do Ceará a receber avaliação de entidades
Kid Júnior
Nesta segunda-feira (28), a Escola Professor Edmilson Pinheiro, em Maracanaú, foi a primeira no Ceará a receber a visita de entidades estudantis e sindicatos para avaliar medidas de segurança contra a Covid-19 no retorno às aulas da rede pública, previsto para começar a partir de 1º de outubro. O monitoramento percorrerá escolas dos 44 municípios da Região de Saúde de Fortaleza.
Representantes da Apeoc e das entidades estudantis ACES, UNEFORT E UBES estiveram no local. O diretor da UBES, William Matheus da Silva, explica que a Educação não estava preparada para a pandemia, e por isso, as visitas têm o objetivo de garantir um retorno seguro para profissionais e alunos.
“Nós precisamos que o Estado seja um agente para garantir a segurança dos nossos jovens, dos estudantes. E isso perpassa, inclusive, o ambiente escolar. A gente sabe que os estudantes vêm de outras questões, atravessam a cidade para chegar em suas escolas. Então nós, das entidades estudantis, queremos debater isso com o governo. Medidas de segurança, adaptar as nossas escolas, e entendendo que para retornar as aulas, é só com essa segurança e esses cuidados”, afirma.
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As atividades presenciais da Escola Professor Edmilson Pinheiro estão marcadas para retornar no dia 19 de outubro, mas, de acordo com o presidente da Apeoc, Reginaldo Pinheiro, ainda falta adequar alguns detalhes.
“As pias precisam ter a separação, guardando a segurança dos profissionais, as torneiras dos bebedouros ainda estão sendo instaladas. Não houve ainda o comunicado escrito aos alunos sobre os procedimentos que devem ser tomados. Então, nós observamos várias questões que precisam ser adequadas para que a escola possa ter o seu funcionamento, a partir da data que a escola decidir”, destaca.
Amarildo Freire, diretor da escola, conta que a reabertura depende ainda da chegada de outros equipamentos. “Materiais adquiridos com recursos do PDDE estão previstos para chegar até o final dessa semana. Já fizemos um comunicado aos professores da importância da testagem e eu acredito que dê para começar dia 19, mas, como é uma previsão, tudo pode acontecer e a gente vai manter a comunidade informada sobre a efetivação da data de início das aulas”, garante.
As informações apuradas durantes as visitas, serão incluídas em um documento que será enviado ao Governo do Estado do Ceará, Assembleia Legislativa do Ceará e ao Poder Judiciário.
Retornar ou não?
O decreto divulgado no domingo (20), informa que, a partir de 1º de outubro, as turmas da 3ª série do Ensino Médio e educação profissional da rede pública poderão voltar a funcionar com 35% de sua capacidade.
A direção da Escola Professor Edmilson Pinheiro realizou uma enquete preliminar para saber a quantidade de alunos que voltarão, o que constatou que a maioria deve continuar com o ensino remoto. “Muitos dos nossos alunos, sobretudo de tempo integral, por conta dos efeitos da pandemia, tiveram que procurar emprego. Muitos alunos tiveram parentes que adoeceram, parentes que faleceram. A grande maioria optou por ficar em tempo remoto. Nós temos ainda uma quantidade pequena de alunos que manifestaram desejo de voltar”, informa o diretor.
De acordo com Amarildo, os estudantes que se enquadram no perfil dos alunos focados no ENEM, são os interessados em retornar. “Eu acho muito oportuno esse momento que o governo está autorizando para que a gente possa reencontrar esses alunos, mesmo em quantidade pequena, mas que a gente faça a nossa contribuição para que ele vá para o exame pelo menos em condições mínimas de competir com o aluno da escola privada”.
Protocolo de retorno
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Um protocolo setorial para a retomada das atividades escolares presenciais no Ceará foi publicado nesta terça-feira (22) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O documento descreve o passo a passo para o retorno gradual do funcionamento das instituições de ensino, que será dividido em quatro etapas.
As diretrizes são separadas por temas, como organização do espaço físico, condições sanitárias, transporte e acesso às escolas. As refeições deverão ser feitas dentro das salas de aula. A alternativa seria criar escalas para que os estudantes ocupem o refeitório, que deve ser higienizado entre a troca das turmas, “mantendo em qualquer situação o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os estudantes”.
As instituições de ensino também foram orientadas a adicionar barreiras físicas, como telas flexíveis de plástico, ou intercalar a utilização dos espaços – como as pias dos banheiros, por exemplo – quando as estruturas não permitirem distanciamento mínimo.
Equipamentos como os bebedouros também devem passar por uma adaptação. Nas escolas, serão utilizados somente como forma de encher garrafas pessoais. Próximo aos bebedouros, será disponibilizado álcool em gel 70% para possibilitar a limpeza de mãos antes e após a utilização.
“Deve ser priorizado e estimulado o uso de garrafas individuais, identificadas com nome e sobrenome, e disponibilizar copos ou garrafas com tampa, descartáveis ou não, para os alunos que não tiverem os materiais”, enfatiza a Sesa.
Outras recomendações incluem:
Organizar um escalonamento dos horários de entrada, saída, intervalo, banho (sistema integral ou outros), lanche e almoço das turmas para evitar aglomerações;
Disponibilizar tapetes ou similares com solução higienizante para limpeza dos calçados antes de adentrar à instituição de ensino;
Controlar o uso do banheiro na entrada e saída do aluno, com orientação de higienização das mãos;
Fornecer guias físicos, como fita adesiva no chão ou nas calçadas e placas nas paredes, para organizar o fluxo de pessoas e priorizar sentido único.
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Escola de Maracanaú é a primeira do Ceará a receber avaliação de entidades estudantis
