Se há no universo político uma certeza, é o nível cultural, a inteligência, a fluidez do discurso e o amplo conhecimento do ex-ministro Ciro Gomes. Por isso, considerado o mais preparado dos candidatos ao Palácio do Planalto. Com todo esse cabedal de fazer inveja a adversários, ele tem alimentado polêmicas e controvérsias, que em nada o têm ajudado. Agora mesmo, depois de infindável sequência de devastadores ataques ao governo, ele decepciona leais seguidores ao declarar que prefere mil vezes Jair Bolsonaro na presidência que o governador João Doria Júnior, a quem acusa de fazer um governo de fake news e de papo-furado. Não se trata de encobrir falhas políticas do governador de São Paulo. O que preocupa aliados são os reflexos de declarações nesse estilo, sabendo-se que a maioria dos seus eleitores poderia interpretar suas palavras como apoio ao governo e à reeleição de Bolsonaro.
Exemplo de liderança pessoal. Roberto Pessoa deu exemplo de prestigio e liderança na convenção que o homologou candidato à Prefeitura de Maracanaú. Nada menos de oito partidos pessoalmente representados por suas lideranças mais expressivas compareceram. Tasso Jereissati não foi, mas gravou video com Luís Pontes, reiterando o apoio do PSDB, com fartos elogios à expressão política do ainda correligionário. O PSDB sente que pode perdê-lo e tenta segurá-lo na legenda, depois do desconforto manifestado por Roberto Pessoa, quando o senador admitiu romper compromisso com o Capitão para apoiar o candidato do PDT em Fortaleza.
Agora, é tarde. Uma tentativa de recuperação estaria em curso no PSDB, admitindo um retorno de Tasso Jereissati para corrigir as divergências que o separam de Roberto Pessoa. Agora, é tarde. O Capitão Wagner já fechou a porta, escolhendo a advogada Kamila Cardoso para sua vice, ouvindo seu único aliado do PSDB.
Migalhas ao povão. Roberto Cláudio cometeu pecados nos seus oito anos de gestão. O pior foi dedicar-se as classes A e B, com obras de infraestrutura, esquecendo a periferia, comtemplada com as migalhas. Aberta as urnas, vai chorar o leite derramado. Essa é a constatação de vereadores na campanha eleitoral.
Falta de vice. O adiamento da convenção do PT, que homologará no dia 16, a candidatura da deputada Luizianne Lins deve-se à falta de um nome para acompanhá-la na chapa. Na semana passada, registraram-se tentativas frustradas com Heitor Férrer, mas ele rejeitou o convite.
Dificuldades. Na mesma balada, e com as mesmas dificuldades, segue o PDT,| que ainda não tem candidato nem vice. Mãe Diná pode ser consultada para tirar do aperto os governistas. O quadro é o mesmo: a cúpula quer José Sarto Nogueira, mas é Salmito Filho quem avança na periferia.
Retórica. Repercute a declaração do ministro Luís Roberto Barroso, ao pronunciamento de Jair Bolsonaro no Dia da Pátria, enaltecendo a ditadura militar. Para o presidente do TSE, as instituições estão funcionando muito bem, o que tranquiliza a população e torna dispensável e sem efeito, a retórica do presidente da República.
Referência. O estado do Ceará terá fortalecida a sua condição de referência nacional em educação. Palavras do deputado Queiroz Filho (PDT), autor do projeto de lei propondo que a distribuição do ICMS aos municípios seja proporcional ao nível e à qualidade de ensino que esses venham a oferecer.
Endurecendo. O TSE bate o martelo e comunica ao TRE-CE decisão sobre três pontos: convenções com o máximo de 100 pessoas; comícios terminantemente proibidos, além de rigoroso controle sobre locais onde será permitida a propaganda eleitoral. A desobediência dará multas e outras punições.
Bilhão perdoado. As atenções do País estão voltadas para o Congresso Nacional, se não houver reação à matéria que perdoa 1 bilhão de dívidas fiscais de igrejas e templos evangélicos, projeto do deputado David Soares, filho do pastor R.R. Soares, um dos maiores sonegadores.
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