Busca por PrEP, medicamento de prevenção ao HIV, cresce 82,1% na Bahia

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV tem se consolidado como uma das principais estratégias de prevenção combinada adotadas pelo Ministério da Saúde no país para combater o HIV e as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Dados do Ministério da Saúde mostram que o número de usuários da PrEP no país mais que dobrou em 2023, passando de cerca de 50 mil em 2022 para 107.795 no ano passado.

De acordo com o Relatório de Monitoramento de Profilaxias Pré e Pós-Exposição ao HIV 2023, a Bahia registrou um salto expressivo de 82,1% na adesão à PrEP. O estado conta atualmente com 3.642 usuários, contra cerca de 2 mil em 2022. Salvador concentra 1.796 desses usuários, que acessam a medicação em cinco unidades municipais e duas estaduais. No entanto, a oferta segue desigual, e muitos grupos prioritários continuam com acesso limitado. O perfil dos usuários baianos mostra predominância de homens homossexuais cis (84,5%) e majoritariamente das faixas etárias entre 25 e 39 anos.

A PrEP consiste na utilização diária de medicamentos antirretrovirais por pessoas não infectadas, mas expostas a alto risco de contaminação, como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo e usuários com múltiplos parceiros. Apesar do avanço, o acesso à PrEP ainda enfrenta barreiras regionais e sociais. A estratégia está disponível gratuitamente no SUS, mas sua distribuição é concentrada em grandes centros urbanos. A ampliação da PrEP é fundamental para reduzir em até 90% as novas infecções, objetivo alinhado à estratégia global de enfrentamento da epidemia.

Salvador recebe o 7º Encontro Nacional de Projetos Apoiados pelo Fundo Positivo, entre os dias 25 e 29 de maio, para debater avanços e desafios da prevenção ao HIV, com atenção especial à PrEP. A programação contará com a presença de especialistas de renome. Entre os nomes confirmados estão Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações; Álvaro Costa, do Centro de Referência em DST/AIDS de São Paulo; Inês Dourado, epidemiologista e pesquisadora em saúde pública; e Rico Vasconcelos, infectologista da Faculdade de Medicina da USP, referência em estudos de prevenção do HIV. 

O relatório do Ministério da Saúde também aponta que 42% dos usuários da PrEP têm entre 30 e 39 anos, 23% têm entre 25 e 29 anos, e apenas 0,2% têm entre 15 e 17 anos – faixa etária incluída na recomendação de uso da PrEP apenas em agosto de 2023. Essa disparidade etária indica a necessidade de ampliar o alcance da estratégia entre adolescentes e jovens, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social. A inclusão da PrEP para menores de idade marca um avanço, mas ainda exige estratégias específicas de comunicação, educação e acolhimento.

Para especialistas e gestores, o desafio atual vai além da oferta do medicamento: é preciso ampliar o número de unidades dispensadoras, simplificar protocolos, capacitar equipes de saúde e promover campanhas de educação voltadas às populações negras, trans, jovens e periféricas. Como aponta o relatório, o aumento do número de pessoas em uso da profilaxia em relação ao número de novas infecções é um indicativo direto do sucesso das políticas de prevenção.

Helder Azevedo
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