A companhia energética do Ceará se destaca novamente no ranking de reclamações do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). O posicionamento negativo da Enel, no entanto, não é novidade, já que o mesmo resultado que vem se consolidando em 2020 já foi registrado em 2019. No ano passado, o Procon registrou 3110 reclamações contra a empresa.
O número do corrente ano, no entanto, são significativamente menores, mas o coordenador jurídico do Procon Fortaleza, Airton Melo, afirma que o fechamento das unidades de atendimento do órgão de defesa do consumidor, durante a pandemia, foi a maior causa dessa redução. Até agosto deste ano, a Enel foi citada por 950 em queixas.
“Nós emitimos um ranking, onde verificamos as empresas que são mais reclamadas a partir das demandas dos consumidores, e no nosso relatório de 2020, a exemplo do que aconteceu em 2019, a Enel aparece como a mais reclamada dentre as repartições que são pontuadas nesse relatório […] e tivemos, esse ano, um registro menor, justamente por que o Procon, em razão da Pandemia, suspendeu o atendimento presencial, e retomou agora por agendamento”, explica Melo, pontuando ainda que a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é a segunda colocada.
O coordenador jurídico conta que a maioria dos casos referentes à companhia energética estão relacionados com cobranças indevidas ou duplicadas. Caso esse é o de um homem, que preferiu não se identificar. Segundo ele, recebeu contas zeradas por dois meses seguidos, mas como houveram eventos parecidos com seus conhecidos, em alguns meses durante o período de isolamento social, ele não achou algo tão estranho. No entanto, a situação mudou na manhã da última quinta-feira (24).
O homem relata que recebeu uma ligação da empresa onde estava sendo cobrado pelas faturas antes zeradas. “Me ligaram dizendo que as contas só vieram sem valor porque estavam ‘em revisão’, e me deram até amanhã [sexta-feira] para pagar quase R$ 400 reais. Não tenho condições de pagar isso e eles só me ofereceram uma opção de parcelamento”, conta.
Outro lado
A diretora de mercado da Enel, Márcia Sandra, argumenta que o número de reclamações, embora alto, não representa, proporcionalmente, um índice alto. “Nós temos 4 milhões de clientes no Ceará, e não minimizando as queixas desses 950 que procuraram o Procon neste ano, mas dentro dessa volumetria nós temos 3,8 milhões de atendimentos mensais”, explica. A gestora complementa que existem sim reivindicações justas, e à essas a empresa faz de tudo para resolver os respectivos problemas.
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