Palestra do TJCE aborda setembro amarelo e alerta sobre necessidade de apoiar família

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), por meio da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua (FCB), realiza amanhã, terça-feira (29), às 17 horas, palestra virtual com o tema “Suicídio: a Posvenção como Prevenção”, conduzida pela psicóloga Luana Mourão. O evento é direcionado ao público em geral e faz parte da programação do Setembro Amarelo no Judiciário cearense. Para participar, basta acessar o link pelo Cisco Webex.
A proposta da palestra é fazer um alerta sobre o impacto do suicídio, mostrando como ficam as pessoas ao redor, e os danos psicológicos para amigos e familiares. “A posvenção é o que se faz depois que acontece o suicídio. Quando esse fato ocorre, deixa um sentimento de culpa muito grande nas pessoas ao redor, que passam a se questionar se poderiam ter feito algo para evitar. Isso precisa ser trabalhado, principalmente entre grupos de amigos bem chegados e entre a família. A culpa pode ser tão grande que pode levar a outro suicídio”, alerta a palestrante.
A importância do tema a ser abordado na palestra evidencia a necessidade de, após um suicídio, haver um acompanhamento para as pessoas impactadas com essa morte, sendo uma forma de prevenir problemas futuros, como transtornos mentais, psiquiátricos ou até mesmo um novo suicídio.
Segundo Mourão, percebe-se que “num campo familiar onde acontece um suicídio, nunca é só um, normalmente há, em algum momento, outro, que veio associado com ansiedade, depressão, transtorno bipolar. Então a gente tem que lançar olhar para tudo isso, a repercussão desse suicídio. Isso é que é a posvenção: o que vem depois. E serve como prevenção, no sentido de prevenir transtornos psicológicos que venham do fato de uma pessoa tirar a própria vida”.

Adolescentes
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a terceira causa de morte entre adolescentes. Por conta disso, no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), o Núcleo de Atenção à Infância e Adolescência (Naia) oferece atendimento gratuito exclusivamente para o tratamento de transtornos psiquiátricos que acometem crianças e adolescentes.
“É importante acolher e ouvir o adolescente e os familiares atentamente, mostrar empatia e respeito, além de não fazer julgamentos. Falar com o paciente sobre questões relacionadas ao suicídio, depressão e demais ações de saúde mental pode ajudá-lo a se sentir mais seguro e confortável para conversar sobre assuntos que lhe causam incômodo”, explica a psicóloga do Núcleo, Marleide Oliveira.
Problema recorrente entre os jovens, a automutilação é um sinal de alerta dado por quem, muitas vezes, pensa em tirar a própria vida. Ana Souza [nome fictício] conta que o filho dela, de 17 anos, tentou cortar os pulsos há um mês e foi atendido pelo HSM.
“Foi um desespero, uma tristeza muito grande, mas felizmente ele sobreviveu. Ele sofre de depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Depois dessa tentativa de suicídio, ele foi imediatamente atendido pelos psiquiatras e psicólogos do Hospital de Saúde Mental e agora meu filho está tomando medicação apropriada e tendo acompanhamento psicológico que o deixa bem mais estabilizado”, detalha a dona de casa.

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By Acontece Ceará

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