Inteligência artificial deve monitorar 15 leitos de UTI da Covid-19 no hospital IJF em Fortaleza


Equipamento de Visualização e Alerta (EVA) capaz de monitorar sinais vitais do paciente, como frequência respiratória e cardíaca, foi desenvolvido desde março por pesquisadores da Universidade de Fortaleza (Unifor). Equipamento inteligente é acoplado ao monitor, capturando as informações na tela, interpretando os dados vitais e podendo enviar informações para equipes médicas
Divulgação
Em março, seis pesquisadores da Universidade de Fortaleza (Unifor) iniciaram a criação do Equipamento de Visualização e Alerta (EVA), inteligência artificial responsável por monitorar o quadro de saúde de pacientes. Ao todo, o projeto deve construir 25 EVAs, devendo ceder cerca de 15 para leitos de Covid-19 da UTI do Hospital Instituto Dr.José Frota (IJF), em Fortaleza, até outubro, segundo a coordenadora do projeto e cientista da computação Andréia Formico, professora da pós-graduação em Informática Aplicada da Unifor.
Com a estrutura do equipamento já montada, a EVA deve passar por um período de teste ainda na próxima semana, no IJF, checando o sistema de alarme do equipamento que informa os dados obtidos para a equipe de saúde. As outras EVAs serão utilizadas para o aprimoramento da pesquisa e da eficácia do equipamento, assim como poderão ser utilizadas em outros hospitais interessados.
O equipamento inteligente pode ser utilizado tanto para pacientes com a Covid-19, quanto em quadros gerais não relacionados ao coronavírus. Acoplado ao monitor, captura informações da tela, interpreta os dados vitais e envia as informações para o núcleo profissional responsável.
Além de analisar o quadro de saúde, como frequência respiratória, cardíaca, a saturação de oxigênio no sangue, a temperatura e a pressão arterial, a EVA também é capaz de enviar os dados recolhidos para um sistema central, de acesso à equipe médica.
“Esse monitoramento é feito por visão computacional, que é uma subárea da inteligência artificial. Tem uma placa de circuito impresso na qual é acoplado uma câmera especializada com inteligência, controlada por um programa de computador”, explica a pesquisadora.
Uso prático
Para a médica nefrologista do IJF e professora da Unifor, Dra. Polianna Lemos, a EVA pode auxiliar no tratamento da Covid-19 e reduzir a sobrecarga dos profissionais de saúde, ainda que os casos tenham reduzido no Ceará. “A EVA dá assistência ao paciente, sem necessariamente ter a beira do leito o cardiologista, o nefrologista, por exemplo”, coloca.
Coordenadora do projeto e cientista da computação Andréia Formico, também contribuiu com a organização da logística, de modo a desenvolver o equipamento no prazo mais rápido possível
Arquivo Pessoal
“O projeto é pioneiro no estado. Da lente a placa, adquirido e desenvolvido por nós. Acredito que embora tenha chegado um pouco depois do pico da pandemia, a pandemia não passou e tem essa tecnologia que pode ser aplicado em outras situações semelhantes”, acrescenta.
Parceria
O equipamento, desenvolvido com patrocínio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) desde o começo da pandemia, contou com a importação de equipamentos da China e a colaboração de uma ampla equipe de profissionais.
Além de Andréia, também participaram dos pesquisadores: Daniel Valente, Carlos Mendes, Herbert Rocha, Raphael Coelho e Geraldo Bezerra Em colaboração com o IJF, a Dra. Poliana Albuquerque e o Dr. Geraldo Bezerra realizaram a ponte de diálogo entre o hospital e a universidade.
Durante a pesquisa, os desenvolvedores respeitaram o distanciamento social, permanecendo em contato remoto constante para elaborar o produto com qualidade e no menor prazo possível.

By Acontece Ceará

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